Pobre poeta,
filho de pensamentos interioranos ,
que divaga entre a dialética
do sentimento versus a expressão técnica.
Sente - se perdido entre seu bloco de notas
e a formação acadêmica de quem o lê...
Mas o que sentem ao ler minha poesia?
E sem resposta,
admira o vôo dos colibris entre
as libélulas coloridas...
Como posso tocar o coração das pessoas?
Como posso dar vida a tantas linhas,
se estas morrem aos olhos de quem as lê?
Questiona o poeta o horizonte sem respostas.
Cruelmente desenha em seu bloco
o funeral de todos seus versos...
Mas para quem eu escrevo?
Talvez escreva somente para mim !
Neste momento o
sol volta a brilhar na montanha,
os questionamentos continuam ...
Não! Jamais guardei algo somente para mim,
meu coração não consegue ser único,
meus sentimentos são exclusivos
mas, ao mesmo tempo pertencem a todos...
E o poeta recorda-se de quando
intitulou - se um ponto,
falando ao vento:
É cara flor:
-Todos os jasmins têm o mesmo aroma
e mesmo assim todos são belos.
Parece-me que todos
os homens possuem os mesmos anseios
e todos são Tristes...
Tristes?
Não estaria o poeta projetando aos outros
seus próprios sentimentos,
pobre poeta as respostas
fogem de seu vago entendimento...
O poeta guarda seu bloco de notas
e admira a silhueta das montanhas
que erguem - se majestosas sob o azul do céu...
E neste exato momento
descobre o único poeta que
realmente não necessita de técnica...
O grande poeta, Deus...
Ao pé da montanha
que antes chorava um poeta,
encontram-se os pedaços
de um desenho rasgado:
O desenho de um funeral de versos...
4 de jan. de 2008
Pensamento ao pé da montanha
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