4 de jan. de 2008

Pensamento ao pé da montanha

Pobre poeta,
filho de pensamentos interioranos ,
que divaga entre a dialética
do sentimento versus a expressão técnica.

Sente - se perdido entre seu bloco de notas
e a formação acadêmica de quem o lê...

Mas o que sentem ao ler minha poesia?

E sem resposta,
admira o vôo dos colibris entre
as libélulas coloridas...

Como posso tocar o coração das pessoas?
Como posso dar vida a tantas linhas,
se estas morrem aos olhos de quem as lê?

Questiona o poeta o horizonte sem respostas.

Cruelmente desenha em seu bloco
o funeral de todos seus versos...

Mas para quem eu escrevo?

Talvez escreva somente para mim !

Neste momento o
sol volta a brilhar na montanha,
os questionamentos continuam ...

Não! Jamais guardei algo somente para mim,
meu coração não consegue ser único,
meus sentimentos são exclusivos
mas, ao mesmo tempo pertencem a todos...

E o poeta recorda-se de quando
intitulou - se um ponto,
falando ao vento:

É cara flor:
-Todos os jasmins têm o mesmo aroma
e mesmo assim todos são belos.

Parece-me que todos
os homens possuem os mesmos anseios
e todos são Tristes...

Tristes?
Não estaria o poeta projetando aos outros
seus próprios sentimentos,
pobre poeta as respostas
fogem de seu vago entendimento...

O poeta guarda seu bloco de notas
e admira a silhueta das montanhas
que erguem - se majestosas sob o azul do céu...

E neste exato momento
descobre o único poeta que
realmente não necessita de técnica...

O grande poeta, Deus...

Ao pé da montanha
que antes chorava um poeta,
encontram-se os pedaços
de um desenho rasgado:
O desenho de um funeral de versos...

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