14 de jan. de 2008

Linda música

Não gosto de Caetano mas está é especial:

Quando irei me perdoar?


Escrevo um soneto a mim mesmo
longe esta de ser uma obra
mais para um grito a esmo

De alguém que se olha no espelho
e não consegue reconhecer
o homem, o guri ou o pequeno fedelho

A vida é um caminho longo de encontro e desencontros
de momentos, tormentos, pouco amor e muita dor
é um barril de pólvora pronto para estourar
em meus olhos, meus braços e tantos outros pontos

Me visto todo dia para ser uma pessoa diferente
mas parece que sempre estou sujo
de todas as loucuras que invadem minha mente
e delas onde está você, são as que mais uso.

11 de jan. de 2008

Pirata

Sou um pirata mesmo...
como hoje me falaste
quando velejava em suas curvas...

Você não existe e ao mesmo tempo
és tão real...

Um pirata pode cair na teia de uma sereia?

naufragar...
esperar...
amar...

sou seu e você ainda não sabe!
o mapa do tesouro eu já vi

e ele é um descompasso...
não passou de um sonho

10 de jan. de 2008

Minha filha

Hoje minha filha pediu o que eu estava fazendo

No momento eu estava escrevendo uma poesia.

E ela falou sei o que é uma poesia
são rimas bonitas...

Lhe disse que podem não ser rimas
e podem ser tristes...
E lhe mostrei uma música triste.

No calor dos 6 anos ela me disse:
"é ele tá triste falando, mas acho que ele
ficou feliz em fazer isto"

E perguntou:
"Poesia são só palavras?"

Disse que não:
Poesia é música...
é arte, um quadro por exemplo!

E principalmente poesia é você!
Minha obra-prima!

É Nietche

Nietche foi!

Um dos pais da minha miséria!
Como é difícil ser humano imagina super-humano!

E pensar que verdades não existem!
É verdade papai noel não existia. E era uma verdade muito legal!

Me fizeram religiosamente ir a um culto para esperar o noel
e ele não existia... talvez ai comecei a dúvidar do culto/missa.

E no dia que Jesus ressucitou!!! tinha a páscoa e o coelhinho!!
Que também foi mentira.

Até que estás mentiras são divertidas as pratico até hoje com minha filha!
Que já dúvida de tudo isto. Influência de um Nietche de 9 anos que é primo dela !

Acho que penamos de 3 grandes verdades:
- Papai Noel
- Coelhinho da páscoa
- E até que a morte os separe!

A morte não é a rotina... ela acontece apenas uma vez!
Mas a rotina é a verdade que teimamos viver.

É estar feliz! Triste
É estar realizado! Com vergonha
É o poder! Que acaba com uma sirene!
É ser diferente! Mas de carne e osso

É Nietche - como acreditar num deus que não dança?

5 de jan. de 2008

Muito Bacana!

4 de jan. de 2008

Carta ao rei

Hoje, em um instante, descobri que
na navalha de minhas palavras
encontra-se minha espada.

E no coração não está a força,
mas sim a coragem
de lutar pelo que acredito...

E se houver lágrimas
de dor ou sangue,
sei que estou no meu caminho...

Lutando até o último sopro
para que caiam as máscaras
em nome da verdade e do amor...

Neste momento não sou um poeta.
Este título nunca me coube.
Tornei-me sim um guerreiro em combate
contra meus próprios medos...

E meu maior inimigo serei eu mesmo
com minhas limitações...

E quem puder olhar nos meus olhos
verá um novo homem...

E juro nunca abandonar
meu caminho,
meus sonhos e
todo o amor que me concederam...

A palavra é a lâmina,
o amor à espada,
a alma o escudo
e a luz a recompensa...



Último sábado de maio de 1998
1:25 da manhã.-. Charles Biveu Doehl

De tudo um pouco

Enquanto do alto vejo o mar acariciar
a silhueta da grande mãe,
soltas correm as linhas de mais uma poesia,
palavra entregue ao vento
como o espelho da alma.

A alma respirou o prana da imensidão;
solitária e induzida pelo canto milenar dos pássaros
conduz o vôo de todos seus sonhos
ao mais distante paraíso:
nosso próprio entendimento.

Crer, saber e amar
fundem-se em apenas um sopro de ar que,
ao contemplar a grandeza de toda esfera,
impulsiona o coração a bater,
brilhando a noite com as estrelas
e revelando seus segredos
a outro solitário coração.

Coração distante
que bate em ritmo de recuperação,
curando cicatrizes embalsamadas
em uma nova esperança.

Esperança de um dia entregar-se
sem medos e vícios,
mas com todas as certezas
confinadas em sua própria dor.

Dor onde o coração testa, desafia, ensina
e até mesmo um dia há de negar todos
os sonhos que dele se aproximam...

E no âmago,
há a certeza do momento
onde estes corações se juntam
na simbiose de dois que farão um,
transformando a lua e o sol
em apenas uma forte estrela.

Estrela símbolo das antíteses,
dos duetos, do amor e do ódio, da noite e do dia,
do homem e da mulher.

Estrela que representa a semente
de um novo e grande amor.

Semente que um dia brotará, e,
quando em árvore se transformar,
produzirá frutos que pelos quatro cantos
adocicarão as bocas venenosas,
e terá raízes tão fortes que, nenhuma intriga,
dúvida ou mentira lhe trará perigo.

Uma árvore cuja sombra servirá
para quem do amor passar a viver,
e que do amor fará LUZ...

Cenas

Às vezes parece um filme,
e quando as forças aumentam
por um segundo cria-se a sensação
que nós o estamos criando...
E então as melhores cenas acontecem...
E neste momento deixamos de ser atores.
A platéia sentirá que
um pouco de vida em suas vidas
transformaria o drama rotineiro
em uma incrível aventura...

Charles (Neurobit) Biveu Doehl e Roberto Segabinazzi

Introdução

Está poesia iniciada em 23.06.98,
às 23:02 foge a todos padrões
exigidos pelos críticos ao Livre Pensar.
Contrariando todo senso de rima,
ordem e autopunição.
Surge aqui muitas linhas que atingirão
poucas pessoas...

Nas frias paredes de concreto,
esconde-se o homem de seus sonhos,
atrás de seus anos perdidos,
ilustrados em um diploma
que o impossibilita de dizer
uma só palavra que mostre sensibilidade...

Certo, certo... existe o progresso, a tecnologia...
e toda inteligência artificial vendida nas ruas,
para quem tiver condições de comprar...
E quem não tiver...? É excluído...?

O rei reina... para o povo...
O rei acumula... para o povo...
O rei mata... o povo
O rei reina feliz...

E o homem, vagando na noite,
procurando nas ruas o prazer que
sua requintada dama, não tem
a permissão de lhe proporcionar...

E as crianças...
condicionadas desde o berço
a serem réplicas com código
de barras em seus delicados braços...

O peixe tenta respirar...
O peixe tenta nadar...
O peixe tenta comer...
Mas o rio secou...

Mas, se tudo fugir do controle
existe a força...
A arma dispara e o corpo cai no chão...
Pólvora e sangue, regam as flores
do campo...

Poesia Moderna

Cúmplices!
Eis o que somos, cúmplices...
Comparsas de um mundo sem amor,
um mundo de cifras, números, opiniões;
um mundo cibernético, seres ignóbeis.
Deus me perdoe...
Até que ponto vamos insistir
em formular teorias para
perpetuar está situação de indiferença.
O travesseiro,
nosso maior confessionário,
não nos deixa dormir
lembrando a cada instante a cumplicidade
entre a fome e o Mc' Donalds.
Pobres seres que sofrem
a dor da lei que é aplicada
por serem pobres... Pobres!?
Será que somos maiores?
Creio que não,
acreditamos que estamos fazendo algo
mas somos cúmplices...
E neste momento vejo
que as lágrimas são como
uma rosa, lindas, mas com espinhos...

Voz

A tua voz é
o maior vinho que busco
no espaço infinito da noite.

A presença
do teu corpo é o maior
esquecimento que a minha natureza
finita me concede.

O teu toque me remete
ao sentimentos esquecidos
de todos os sonhos
que sozinho tive...

E as mãos tocam os cabelos,
que antes de alguma forma pintei...

Versos, estudos, rascunhos e ensaios

O beija flor se aproximando
e o néctar sugando
das flores que um dia
Buda tocou
Ariberto Hauschild (em memória), Charles Biveu Doehl (Neurobit)
e Roberto D. Segabinazzi

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O fogo mostra a face,
que alimenta a chama,
que ilumina a noite,
que sustenta as estrelas,
que desenham os caminhos,
que o sol vai nos mostrar,
quando juntos caminharmos...

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Na montanha,
a noite mudou o vento
e levou os sonhos
para passearem no universo...

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A gata dos olhos profundos,
embriaga a mente dos homens
conduz a outros mundos,
o mundo dos olhos profundos...

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Do sol
até
a lua...
Temos as estrelas,
os cometas,
e os sonhos...

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Poeta a toa,
fala demais,
mas fala tudo,
e sempre quer falar mais...

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Poeta conquista todos corações,
mas dorme sozinho...
Banca o durão,
mas chora escondido...
Poeta é louco,
poeta é doente,
poeta é deus,
poeta é diabo,
poeta é poeta...
Porque poeta fala e fala
e mesmo não acertando o alvo,
chega bem perto dele...

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Coragem,
desiste não!
Escreve
com a mão
o que pinta
no coração...

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Pois é, o ponto de partida
tornou-se o ponto final.
E os pontos sumiram...
Procurava a voz para meus poemas
e encontrei uma lágrima,
que borrou a última linha e
a última palavra... "Amor"

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Vento és tu,
nas noites frias
de inverno...
Folha sou eu
que voa ao vento
no vento quente
do frio do inverno...

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Um haikai por dia
no dia do haikai
escrevo o que a mente
quer, mas o coração
tenta confundir
o dia do haikai
pelo haikai do dia.

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Gravatas...
gravatas com mofo...
possuem o sorriso
e os sonhos
de quem parou
no tempo...

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Para quem me roubar,
que leve o inventário
de minhas memórias,
porque ele não representa
uma pétala do conhecimento
que posso alcançar seguindo
as linhas dos poetas
que foram livres,
quando escreveram
e sentiram a vida...

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As estrelas no céu cantam,
cantam para o infinito,
e os poetas na terra,
transformam seu cântico em versos...
para que o coração possa
entender a fala das estrelas,
ele precisa compreender sua própria fala...

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Cai o céu
na bandeja dos farelos

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O abstrato trato do trator com a árvore

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O mandamento,
votaram medida provisória
para no julgamento
abrandar o tormento

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Se a visão não agradou
talvez o olhar foi desprezível

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De tanto escrever à noite
um dia sai um livro.

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A revolução feminina:
Sou
Infeliz
Logo
Impressiono
Com
Outro
Nítido
Exterior

Pensamento ao pé da montanha

Pobre poeta,
filho de pensamentos interioranos ,
que divaga entre a dialética
do sentimento versus a expressão técnica.

Sente - se perdido entre seu bloco de notas
e a formação acadêmica de quem o lê...

Mas o que sentem ao ler minha poesia?

E sem resposta,
admira o vôo dos colibris entre
as libélulas coloridas...

Como posso tocar o coração das pessoas?
Como posso dar vida a tantas linhas,
se estas morrem aos olhos de quem as lê?

Questiona o poeta o horizonte sem respostas.

Cruelmente desenha em seu bloco
o funeral de todos seus versos...

Mas para quem eu escrevo?

Talvez escreva somente para mim !

Neste momento o
sol volta a brilhar na montanha,
os questionamentos continuam ...

Não! Jamais guardei algo somente para mim,
meu coração não consegue ser único,
meus sentimentos são exclusivos
mas, ao mesmo tempo pertencem a todos...

E o poeta recorda-se de quando
intitulou - se um ponto,
falando ao vento:

É cara flor:
-Todos os jasmins têm o mesmo aroma
e mesmo assim todos são belos.

Parece-me que todos
os homens possuem os mesmos anseios
e todos são Tristes...

Tristes?
Não estaria o poeta projetando aos outros
seus próprios sentimentos,
pobre poeta as respostas
fogem de seu vago entendimento...

O poeta guarda seu bloco de notas
e admira a silhueta das montanhas
que erguem - se majestosas sob o azul do céu...

E neste exato momento
descobre o único poeta que
realmente não necessita de técnica...

O grande poeta, Deus...

Ao pé da montanha
que antes chorava um poeta,
encontram-se os pedaços
de um desenho rasgado:
O desenho de um funeral de versos...

Deuses

Dê-me sua mão.
O céu é só o princípio...
as nuvens são algodão
e tecem a cama,
que os deuses deitam
para terem seus momentos de amor
e mostrarem aos mortais
o que é viver.

Sei que ainda não podemos dançar

Sei que ainda não podemos dançar,
ao cântico dos anjos e aos olhos dos demônios,
mas não perco a esperança, que a semente germine...
regada apenas pelas mãos do senhor do tempo...

Sei que ainda não podemos falar,
o que não é preciso palavras,
mas o espelho reflete não somente nossas imagens,
mas também nosso grande desafio...

Sei que nossas faces no momento,
apenas mostram nosso lado negro,
projetam nossos medos e dores

E cada lágrima de dor que rega a terra,
apenas mostra que
estamos aqui para crescer...

Livro da vida

Estou escrevendo um livro
Com finas linhas,
tinta forte,
Papel branco,
capa dura
e muitas páginas...

As finas linhas,
podem desenhar o universo de emoções
que a vida nos apresenta,
caligrafando
O mais sutil pensamento...

A tinta forte,
ao pé de cada página
registra o nome
de quem ajudou escrevê-la...

O papel branco,
que nunca "amarela",
absorve bem a tinta, destacando
os sonhos de um sonhador...

A capa dura,
protege do mofo e da poeira
que habitam o ambiente onde os raros
livros se encontram...

E muitas páginas,
A cada dia uma nova página:
- apago um medo,
- retrato um sorriso,
- escrevo um nome,
- desenho uma nova emoção

E por fim,
espero ser grande o bastante
para que no momento de escrever a
última linha não acabe com um ponto,
mas com reticências...

Pelos poros do presente

Pelos poros do presente,
brota uma nova paixão.
Paixão que paira no ar
esperando o momento certo de pousar...

Coração de portas abertas,
capta as rimas que voam,
entre as estrelas, pelas ondas,
calmo fica com a vida,
continua seu pulsar,
cadente senhor do viver...

Amiga,estou certo,
cada minuto é um espaço eterno
entre o que somos e gostaríamos de ser ...

Longe estão os sonhos,
perto a certeza
que a vida brilha...
quando resolvemos brilhar com ela...

O tolo e seus olhos

E o tolo olha a montanha
achando que ela o levará ao céu,
acorrentado em sua próprias ilusões
no palco de concreto diante de seus olhos...

Preso às aparências,
vaga em seu deserto de incertezas
a procura de água para lavar seus olhos...

E a energia se esvai,
em seus pobres pensamentos
e toda sua fé acaba
no momento que abre seus olhos...

Tristeza, dor e solidão
são freqüentes em sua vida
da arte não abstrai nada,
e jamais consegue olhar uma mulher em seus olhos...

Nunca chorou ao ver
a simplicidade da essência
ou o sorriso de uma criança.

Nunca viu a beleza do mundo através de seus olhos...
E nunca brilhou ou teve coragem
de olhar seu coração...
Pois o frio invade seu peito, congela a alma
e torna vazio seus olhos...

Este tolo está morrendo,
lentamente, como um leproso
e não consegue pedir ajuda
porque ninguém consegue olhar dentro de seus olhos...

Resta agora, fechar seus olhos...

Voe águia

A cada nova linha que surge,
a águia que está dentro de mim voa mais alto...

Impulsionada pela liberdade
que apenas a expressão
do sentimento proporciona...

Voe águia, busque novos ares,
novas inspirações,
conheça novos mundos,
novas pessoas...

complete-se junto à
outras águias que voam...

Seja humilde para aprender
com aquelas que voam mais alto
e seja grande ao ensinar
aquelas que desejam voar...

O universo é composto de muitos pontos,
de muitos átomos que necessitam
de complemento para que sintam a intensidade
desta coisa louca que é a vida...

Deixe o vazio habitar sua mente,
durante seu vôo, sinta-se leve sem restrições,
sem fronteiras, sem medos...

Voe... voe além deste mundo,
além desta dimensão,
pouse nos corações que choram,
alimente a dor com esperança e otimismo,
mostre como é bom voar... voar, liberto...

Faça um ninho no meio de quem te detesta,
semeie a pureza do amor para quem está
preso olhando o futuro distante...

Seja águia, seja poesia, seja amor...

Seja o espírito dos que fecundaram
o ventre da sabedoria.
a sombra de quem realmente soube
o significado do amor.
E as asas de quem merece voar
mas tem medo de tirar os pés do chão...
Seja o pavio que desencadeará a explosão...
A vida é um mistério e voar é apenas o começo...

QUERES VOAR?

Retrato urbano

O som de um tiro ecoa na noite,
a sirene dos carros de polícia
concluem o soneto urbano,
abafando por completo o choro
da criança abandonada sob
um viaduto fétido...

Retrato urbano
ampliado a cada novo amanhecer,
não interrompe o discurso vazio dos políticos,
nem as cifras de mais um dia de negócios,
não afeta o sermão do padre escondido atrás de palavras
ou muito menos a decisão de consumo da senhora que
vai ao shopping.

O retrato urbano
não impede o passeio do conformado
com o grande câncer que se cria e
muito menos a poética de quem escreve
sobre o tema, considerando está a grande
máxima de uma realidade...

No choro da criança a incerteza de um futuro,
na dor a olhos vistos o crescimento de uma nação...

Amiga

Agora,
escrevo algo para alguém muito especial,
uma xícara de chá me acompanha,
escrevo para você, morte.

Morte, anjo presente,
certeza absoluta, amiga e companheira
sempre nos encontramos de mãos dadas,
até o momento em que você me leve para sua cama,
feche meus olhos e silencie minha boca.

Na fumaça de meu cigarro,
tua face se forma,
sei que não me queres agora,
pois até agora não cheguei a lugar algum...

E quando te sinto presente,
penso no outro lado,
Levará-me ao céu ou ao inferno?
E muito cedo para saber...

A noite parece teu reino,
mas no dia você beija muitas pessoas.
A cada aniversário,
comemoro mais um ano de vida,
mas também uma volta em torno do sol
acompanhado de você, rainha...

Por que possuem medo de você, doce dama?
Você nos tem ensinado muito...
A cada um que tira para dançar,
nos mostra o sentido real de viver...

Princesa de preto,
sei que não gostas de quem te procuras,
pois somente você sabe,
o momento certo de fechar um livro
e começar a escrever outro...

Morte, obrigado por existir,
pois contigo tudo se renova
e todos possuem o prazer de crescer...

A Loucura

Olhos que insistem
em enxergar luz no escuro,
passos que rumam ao horizonte incerto
Engrenagens que pertencem à máquina,
mas não exercitam a mecânica...

Como marca registrada,
o sorriso confronta o real.

E quem sabe, até seja possível rir de tudo mesmo...

Coração que ama por amor e nada mais...

Dorme tarde,
acorda cedo,
loucura aos olhos que observam,
mas não compreendem
o ritmo desritimado daquelas vidas

Ora no palco,
ora na platéia,
buscando resposta para si mesmo...

Segue o louco, o maluco o desvairado...

Linha que pensa

Ao pequeno traço que se esvai no pulsar de minha mão:
"Linha que pensa".

Que não compreende o início e
almeja um final
mas ainda está pensando

Qual o limite de seu pensar?
Já sabe que existe um caminho
onde a pergunta não encontra a resposta
e outro onde as palavras explicam tudo.

Sabe "Linha que pensa"
a direção que tomar poderá levar
você para algum lugar deste deserto
onde exista um universo de poesia...

mas poderá também mostrar a
liberdade de cantar seus versos ao vento
e perceber o sorriso no rosto
de quem não pretendia sorrir.

Apenas "Linha que pensa"
cuidado com a rotina disfarçada de tempo
que enruga o papel,
seca a tinta e
torna difícil
o fluir de um pensamento inocente...

Ensaio sobre sentimentos

Amor

Ninguém passa na vida
sem conhecê-lo

é ferida que não cicatriza

esconde-se no coração
e revela-se nos olhos...

é o calor do corpo,
o beijo da menina,
o parto da mulher,
o "não" do pai,
o "sim" da mãe
o abraço do amigo,
o ar que enche o pulmão...

Quando surge é o bálsamo
quando vai o espinho da rosa...

O amor aparece:

na poesia do poeta,
na música do cantor,
na tela do pintor
no sol dos trabalhadores
no canto dos pássaros
e na lua dos pensadores...

É a mola propulsora da vida...

O amor está
na cruz de Jesus
nas flores de Buda
nos incensos de Krishna
no pensamento vivo para o homem

É o combustível da vida

Há quem ame:
na praia,
na cama,
no banco da praça,
na tela do computador
dentro do carro
sob o tapete
e no celibato....

O difícil não é amar e sim querer amar...

O amor é pai e mãe
da paixão...
do ciúmes
da saudade
do desejo
da raiva
da dúvida
da alegria
e dos sonhos...

O amor é sonho que
estamos esquecendo de sonhar



A paixão

É a filha travessa do amor
corre na frente
e engana o coração...

Brinca com quem não conhece suas traquinagens
vestindo a roupa do pai
parece o amor

Estuda a vitima de suas travessuras
pode surgir a primeira vista
ou dar um "Tranque" na amizade...

Brinca de esconde esconde
no coração de quem existe...



O ciúmes

Garoto travesso,
amigo do medo,
irmão caçula da possessão,
vizinho da insegurança

Ouvi falar que namorou a inveja
e que dá conselhos para a raiva

Amigo íntimo da dúvida
e pai da solidão "Não desejada"...



A solidão

Fonte infinita de criatividade
para quem não se sente só
consigo mesmo

Dor para quem precisa
complemento...

Companheira de vários caminhos que levam ao sol
Tortura mental para quem
não quer caminhar só...

No fundo ela sabe
que todos precisam de complemento...
e em alguma parte do caminho
ela nos chama para conversar...

Blues

Já não durmo mais
desde que o passado te levou
deixando apenas uma nuvem
triste de sentimentos

Dê tudo aquilo que vivemos...

Um travesseiro de mentiras
na solidão de um copo
Quebrou a garrafa vazia
"Pra" que servem fotografias

Se o amor saiu de foco...

Hoje talvez eu cresci
ou esqueci que já fui criança
Acreditar em viver
uma esperança vazia

Tocar os dias no brilho do sol...

Rasgar a noite, nas notas da lua
Talvez seja a simples solução
por estar perdido no tempo

É como ter ...
O melhor vinho...
E quebrar...
O cristal...

Deja Vu

Somos filhos de uma semente
que ousaram chamar liberdade,
mas que brotou podada,
crescendo entre sonhos
e o farfalhar de contínuas mudanças.

Presenciamos o murro cair,
a foice e o martelo enferrujarem,
uma doença que mata pelo prazer
e bombas que caem a todo o momento
em nome da paz.

Em frente aos nossos olhos
uma gama de novidades,
de pseudonovidades,
que nos deixam abobalhados
em pensar no que está por vir.

Há todo momento escutamos
doces nostalgias de tempos,
de flores, de músicas e de atos
Sabendo que a cada dia mais
enterradas estão no passado

Somos a geração que já não é
nova e que ainda não é antiga,
mas que como todas constata
que a realidade, nunca foi um
sonho bom de viver.

Um sopro pálido

Pálida face,
perdida está entre
os conselhos sem lastro.

Caminhante noturna,
onipotente, onipresente.

Cansada de contemplar
as soluções saudadas pela
desventura dos atos.

Mil novecentos e noventa e nove.

Lembrarei de ti como uma
pálida face.

28.12.99 1:30 hs

Ska

O corpo ---- A sede
O rosto ---- A vida
O copo ---- A angústia
O cigarro ---- A companhia
O destino ---- A incerteza
O acaso ---- A caminhada
O caso ---- A parada
O término ---- A despedida
O novo ---- A busca
O refeito ---- A recompensa
O dia ---- A noite
O homem ---- A mulher
O homossexual ---- A descência
O psiquiatra ---- A loucura
O padre ---- A luxúria
O morto ---- A certeza
O fim ---- A premiação

X

A brincadeira melancólica do tempo
as mudanças de espírito
o sorriso pálido bem aventurado,
a sorte, a fortuna, e a convicção
do prazer malvado de ser mal.

No cerne da besta, o acaso
pelo humilde, pela natureza, pelo princípio

No toque suave,
mais um olhar se apaga.