23 de abr. de 2008
15 de abr. de 2008
Réu confesso
Guitarra distorcida
Morrison nos ouvidos
Morte como amiga
nos caminhos perdidos
Insanidade temporária
a ser vivida
forma precária
da poesia da vida
“People are strange when you’re a stranger
Faces look ugly when you’re alone
Women seem wicked when you’re unwanted
Streets are uneven when you’re down” ***
Na prisão do destino
sou réu confesso
da falta de tino
e do amor inverso
E ao meu relógio dessincronizado
que quebrarei na parede
ao mostrar meu amor em tempo errado
deixou o coração dela seco e sem sede
Agora um lento caminhar
ao rumo do desconhecido
um novo amar
que me deixa entorpecido
E ao tempo restaram
os ponteiros de um relógio quebrado
um réu confesso
e um amor em verso.
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*** People are strange – (The Doors)
tradução da parte acima:
"Pessoas ficam estranhas quando você é um estranho
Rostos olham feio quando você está sozinho
Mulheres parecem malvadas quando você é indesejado
As ruas são irregulares quando você está pra baixo"
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Feliz Aniversário
O tempo passa
Repenso a unidade
Sofro com a divisão
e me multiplico por um
A arte de esquecer
em mim não encontra discípulo
e é difícil comemorar
quando se é esquecido pelo artista
Não quero celebrar, brindar
apertar mãos de calor duvidoso,
pois sorrisos escondem muitas faces
e de conselhos e soluções patéticas
prefiro os meus dramas
Até mesmo os sonhos
não desejo projetar
do futuro quero o presente
e da solidão a doce companhia
E aos egos envoltos em pena,
compaixão, cheios de verdades
e soluções práticas:
saibam que sei as palavras veladas,
escondidas e proferidas em minha ausência
E a vós todos, que encontrarei com um
sorriso amarelo, deixo apenas uma frase
do mestre Quintana,
(pois agora não preciso mais):
"Procures me amar quando menos mereço, pois é quando mais preciso."
9 de abr. de 2008
Da minha alma para a sua
Há pouco fiz a poesia mais linda da minha vida
e ela não tinha nenhuma palavra...
Porque palavras são insuficientes
para te descrever,
incapazes de te ilustrar e
muito simples para expressar o que sinto.
Então sem palavras resta o silêncio.
E é nele que te encontro apesar da distância
É nele que te imagino de corpo e alma
E nele também que me entrego por inteiro
a você quando não estou ao seu lado.
E estas simples palavras que usei até aqui
servem apenas para fazer uma caricatura
De todas as não ditas, de todas as entrelinhas
e principalmente de um fragmento daquilo que
minha alma quer falar a sua
3 de abr. de 2008
Já seria o tempo?
Na casa ao lado uma janela bate
E distante toca um telefone
E o tempo passa absurdamente lento
Nestas noites de outono
O vento está mais frio
E a música não toca mais como antes
Apesar dos segundos serem eternos
Sinto estar envelhecendo
Ás vezes me pergunto:
Estou mais perto de quando nasci ou do meu partir?
Já seria o tempo de não valorizar mais as coisas?
Já seria o tempo de viver?
2 de abr. de 2008
Tributo a Pessoa
Ao aprender a caminhar
Descobri que jamais saberei
Aonde meus passos irão me levar
Ao começar a pensar
Pensei o sentir, erro meu
Consegui a dor do mundo encontrar
Ao tentar me explicar
Vi que muitos no mesmo são
Não cabe apenas uma definição
E ao ler o mestre Pessoa
Entendi as sábias palavras:
"Não há caminho em que a vida não doa"
1 de abr. de 2008
Um pedaço pequeno de mim
Gosto de cair na noite
e não saber o que vou encontrar
fico imaginando uma gaita de boca
tocando um blues a cada passo meu
Quero que seja o amor da minha vida
mas somente por uma noite
Pois não tenho tempo para longas paixões
E não quero você tatuada na minha pele
Gosto de ser um anjo
e de me permitir ser um demônio às vezes
Não acredito em pecados
Porque viver é viver eles também
Acredito no momento e em mim
pois cheguei até aqui
transformando-me inúmeras vezes
no que eu queria ou não
E sempre atrás de cada passo meu
deixo um blues imaginário...
um amor intenso, e volátil
e um pedaço de mim para que lembrem
quando eu voltar.