29 de mar. de 2008

Vice e versa



Vice

Da noite para o dia
do cinza desenham cores
dos amores sobram dores
do amargo brilham sabores

Da embriaguez para lucidez
do correr aprender a caminhar
da clareza vem a loucura real
do concreto cria-se o sobrenatural

Do sol ao nosso signo
do fato ao próximo ato
do impróprio ao digno
do desajuste o novo trato

Do eterno ao momento
de muitos resta a solidão
do tormento cresce o alento
da concha vazia abre-se a vastidão

Do vestido prefiro os botões
do silêncio o reforço da música
do nada recria-se o todo
do sexo a atitude lúdica

Versa

Do dia surge a noite
Das cores sobram o cinza
Das dores surgem amores
Dos sabores destaca-se o amargo

Da lucidez sem embriaguez
do caminhar resolver correr
da loucura real um pouco de clareza
do sobrenatural às paredes de concreto

Do signo que ilumina o sol
do ato perde-se um fato
do digno pintar o imprópio
do trato ocultar o desajuste

Do momento sentir o eterno
da solidão perder-se em muitos
do alento criar tormentos
da vastidão a segurança da concha

Dos botões caem o vestido
da música orgulha-se o silêncio
do todo resta o nada
do lúdico ao sexo

Sou vice e sou verso
antagônico e irônico
amargo e doce
e você?

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