Vice
Da noite para o dia
do cinza desenham cores
dos amores sobram dores
do amargo brilham sabores
Da embriaguez para lucidez
do correr aprender a caminhar
da clareza vem a loucura real
do concreto cria-se o sobrenatural
Do sol ao nosso signo
do fato ao próximo ato
do impróprio ao digno
do desajuste o novo trato
Do eterno ao momento
de muitos resta a solidão
do tormento cresce o alento
da concha vazia abre-se a vastidão
Do vestido prefiro os botões
do silêncio o reforço da música
do nada recria-se o todo
do sexo a atitude lúdica
Versa
Do dia surge a noite
Das cores sobram o cinza
Das dores surgem amores
Dos sabores destaca-se o amargo
Da lucidez sem embriaguez
do caminhar resolver correr
da loucura real um pouco de clareza
do sobrenatural às paredes de concreto
Do signo que ilumina o sol
do ato perde-se um fato
do digno pintar o imprópio
do trato ocultar o desajuste
Do momento sentir o eterno
da solidão perder-se em muitos
do alento criar tormentos
da vastidão a segurança da concha
Dos botões caem o vestido
da música orgulha-se o silêncio
do todo resta o nada
do lúdico ao sexo
Sou vice e sou verso
antagônico e irônico
amargo e doce
e você?
29 de mar. de 2008
Vice e versa
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